Dizem os mais velhos que, há muitos séculos, um cavaleiro generoso chamado Martinho viajava num dia frio e chuvoso, tão cinzento que até os pardais se abrigaram debaixo das folhas. Montado no seu cavalo branco — que, coitado, já estava farto de escorregar na lama — Martinho tentava encontrar abrigo, mas o destino tinha outros planos.
Quando o ar começa a cheirar a folhas secas e o dia se veste de dourado, surge aquela vontade de nos enrolarmos em mantas, com uma bebida quente na mão, e pequenos prazeres ao alcance do olhar. É nestes instantes que um doce de outono se torna mais do que uma sobremesa: é um abraço reconfortante, uma pausa na correria, um instante só nosso.




