26 setembro, 2025

Luma, a Baleia Rosa que Aprendeu a Brilhar!

 O mar estava tranquilo naquela manhã, pintado pelos raios dourados que atravessavam a superfície e dançavam entre as algas. Luma, ainda bebé, nadava junto da mãe, Sereia, e do pai, Marus. Era uma visão incomum: enquanto eles ostentavam um azul profundo como o oceano, Luma tinha a pele suave, cor-de-rosa pálido, quase luminosa.

Ela é perfeita, sussurrou Sereia, acariciando-a com a barbatana.
E única, acrescentou Marus, com orgulho nos olhos.

Mas nem todos viam assim.

Quando Luma completou a idade para frequentar a Escola das Marés, estava cheia de expectativa. Imaginava amigos, jogos e descobertas. Porém, logo no primeiro dia, notou olhares curiosos e cochichos.

Parece um camarão gigante, murmurou um cavalo-marinho.
Ou uma foca que apanhou demasiado sol, riu uma sardinha.

No início, Luma tentava ignorar. Mas os risos multiplicavam-se, e as palavras afiadas vinham com frequência, sobretudo de Corvina, uma peixe-espada elegante e veloz, mas de língua cruel.
Cuidado para não te confundirem com um flamingo perdido, Luma!

As piadas não paravam. Nos jogos de grupo, recusavam-na:
Não queremos perder tempo contigo, a cor-de-rosa só atrapalha, disseram os atuns.

Na hora do almoço, esconderam-lhe a comida entre corais. Luma chorou em silêncio, sem coragem de reclamar. Houve até um dia em que a empurraram para dentro de um cardume de águas-vivas. Ela saiu magoada, com pequenas marcas na pele. O riso dos outros doía mais do que as queimaduras.

Foi então que conheceu Iara, um pequeno polvo lilás, de tentáculos finos e olhar meigo. Iara não ria, não comentava. Aproximou-se e ofereceu-lhe um desenho feito com tinta no fundo de uma rocha: um retrato de Luma, sorridente.
Eu acho que és bonita. E rara. E isso é bom, disse Iara, com firmeza.

Desde então, tornaram-se inseparáveis. Iara inventava jogos e arte submarina, e Luma começava a recuperar o riso. Mas o bullying não desapareceu — e cada ofensa deixava marcas invisíveis.

Um dia, a professora anunciou o Festival das Marés, em que todos os alunos apresentariam um talento. Luma sentiu um nó no estômago.
Não vou participar, Iara. Não quero que se riam mais de mim.
Mas esta é a tua oportunidade, insistiu a amiga. Vamos mostrar que o que te torna diferente é o teu maior brilho.

Passaram semanas a ensaiar. Criaram uma dança aquática em que Luma nadava descrevendo círculos e espirais, enquanto Iara soltava nuvens de tinta colorida que formavam palavras: Respeito, Amizade, União. Treinaram até os movimentos fluírem como correnteza.

No dia do festival, todos aguardavam ansiosos. Corvina apresentou-se primeiro, exibindo saltos velozes. Recebeu aplausos, mas o mar parecia esperar algo mais. Então, Luma entrou em cena. O seu corpo cor-de-rosa cintilava sob a luz filtrada pela água, e cada passo da coreografia era acompanhado pelas pinceladas de tinta de Iara. Aos poucos, formou-se um coração gigante no fundo do mar.

O silêncio foi total. E, de repente, o aplauso ecoou como um trovão. Até alguns dos que antes a gozavam batiam as barbatanas com entusiasmo. Corvina, sem graça, afastou-se para o fundo.

Luma sorriu, mas não por ter vencido Corvina. Sorriu porque, naquele momento, compreendeu que não precisava mudar para caber no mundo — o mundo é que precisava abrir espaço para todas as cores.

Conclusão sobre o bullying

O bullying dói. Dói na pele, dói no coração, dói na alma. Mas a diferença que muitos usam como ofensa pode ser, na verdade, o maior motivo de orgulho. É urgente ensinar as crianças — e lembrar os adultos — que o respeito começa no olhar e que a empatia pode salvar vidas. A diversidade não é um defeito: é o brilho que torna o mundo mais bonito.

Com carinho,

Daniela Silva 🎔

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5 comentários:

  1. Linda historinha que ajuda a tratar esse tema do bullyng, infelizmente sempre presente nos colégios, relações de "amizades"... Adorei o final feliz! beijos praianos, chica

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  2. Il bullismo è molto diffuso in questa epoca, speriamo che genitori e scuola, si adoperino per definire il problema.
    Buon fine settimana

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  3. (hoje eu estou bem) Que história bonitinha! E que ótima reflexão!

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  4. Essa história ficaria muito bem em um livro infantil. Esse problema de Bullying é uma questão a ser discutida. Crianças e adolescentes, normalmente, gostam de apelidar os amigos, e a princípio não vejo isso como um mal. Acontece que existe aquele apelido que visa machucar, debochar, diminuir, esse é um problema. E creio também que as pessoas hoje estão mais sensíveis pois na minha infância, não existia a questão do bullying, todo mundo zoava todo mundo e a maioria levava numa boa. Mas certamente, havia aqueles que eram afetados pela zoação e que passava momentos de verdadeira aflição.

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  5. Es una bonita historia que se debiera enseñar en los colegios para que así los niños aprendan a tatar mejor a esos compañeros que son "especiales". Aunque creo que los padres también debieran estar ese día en clase, ya que igual eran los mas necesitados.

    Saludos.

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