O mar estava tranquilo naquela manhã, pintado pelos raios dourados que atravessavam a superfície e dançavam entre as algas. Luma, ainda bebé, nadava junto da mãe, Sereia, e do pai, Marus. Era uma visão incomum: enquanto eles ostentavam um azul profundo como o oceano, Luma tinha a pele suave, cor-de-rosa pálido, quase luminosa.
— Ela é perfeita, sussurrou Sereia, acariciando-a com a barbatana.
— E única, acrescentou Marus, com orgulho nos olhos.
Mas nem todos viam assim.
Quando Luma completou a idade para frequentar a Escola das Marés, estava cheia de expectativa. Imaginava amigos, jogos e descobertas. Porém, logo no primeiro dia, notou olhares curiosos e cochichos.
— Parece um camarão gigante, murmurou um cavalo-marinho.
— Ou uma foca que apanhou demasiado sol, riu uma sardinha.
No início, Luma tentava ignorar. Mas os risos multiplicavam-se, e as palavras afiadas vinham com frequência, sobretudo de Corvina, uma peixe-espada elegante e veloz, mas de língua cruel.
— Cuidado para não te confundirem com um flamingo perdido, Luma!
As piadas não paravam. Nos jogos de grupo, recusavam-na:
— Não queremos perder tempo contigo, a cor-de-rosa só atrapalha, disseram os atuns.
Na hora do almoço, esconderam-lhe a comida entre corais. Luma chorou em silêncio, sem coragem de reclamar. Houve até um dia em que a empurraram para dentro de um cardume de águas-vivas. Ela saiu magoada, com pequenas marcas na pele. O riso dos outros doía mais do que as queimaduras.
Foi então que conheceu Iara, um pequeno polvo lilás, de tentáculos finos e olhar meigo. Iara não ria, não comentava. Aproximou-se e ofereceu-lhe um desenho feito com tinta no fundo de uma rocha: um retrato de Luma, sorridente.
— Eu acho que és bonita. E rara. E isso é bom, disse Iara, com firmeza.
Desde então, tornaram-se inseparáveis. Iara inventava jogos e arte submarina, e Luma começava a recuperar o riso. Mas o bullying não desapareceu — e cada ofensa deixava marcas invisíveis.
Um dia, a professora anunciou o Festival das Marés, em que todos os alunos apresentariam um talento. Luma sentiu um nó no estômago.
— Não vou participar, Iara. Não quero que se riam mais de mim.
— Mas esta é a tua oportunidade, insistiu a amiga. Vamos mostrar que o que te torna diferente é o teu maior brilho.
Passaram semanas a ensaiar. Criaram uma dança aquática em que Luma nadava descrevendo círculos e espirais, enquanto Iara soltava nuvens de tinta colorida que formavam palavras: Respeito, Amizade, União. Treinaram até os movimentos fluírem como correnteza.
No dia do festival, todos aguardavam ansiosos. Corvina apresentou-se primeiro, exibindo saltos velozes. Recebeu aplausos, mas o mar parecia esperar algo mais. Então, Luma entrou em cena. O seu corpo cor-de-rosa cintilava sob a luz filtrada pela água, e cada passo da coreografia era acompanhado pelas pinceladas de tinta de Iara. Aos poucos, formou-se um coração gigante no fundo do mar.
O silêncio foi total. E, de repente, o aplauso ecoou como um trovão. Até alguns dos que antes a gozavam batiam as barbatanas com entusiasmo. Corvina, sem graça, afastou-se para o fundo.
Luma sorriu, mas não por ter vencido Corvina. Sorriu porque, naquele momento, compreendeu que não precisava mudar para caber no mundo — o mundo é que precisava abrir espaço para todas as cores.
Conclusão sobre o bullying
O bullying dói. Dói na pele, dói no coração, dói na alma. Mas a diferença que muitos usam como ofensa pode ser, na verdade, o maior motivo de orgulho. É urgente ensinar as crianças — e lembrar os adultos — que o respeito começa no olhar e que a empatia pode salvar vidas. A diversidade não é um defeito: é o brilho que torna o mundo mais bonito.
Com carinho,
Daniela Silva 🎔
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Linda historinha que ajuda a tratar esse tema do bullyng, infelizmente sempre presente nos colégios, relações de "amizades"... Adorei o final feliz! beijos praianos, chica
ResponderEliminarIl bullismo è molto diffuso in questa epoca, speriamo che genitori e scuola, si adoperino per definire il problema.
ResponderEliminarBuon fine settimana
(hoje eu estou bem) Que história bonitinha! E que ótima reflexão!
ResponderEliminarEssa história ficaria muito bem em um livro infantil. Esse problema de Bullying é uma questão a ser discutida. Crianças e adolescentes, normalmente, gostam de apelidar os amigos, e a princípio não vejo isso como um mal. Acontece que existe aquele apelido que visa machucar, debochar, diminuir, esse é um problema. E creio também que as pessoas hoje estão mais sensíveis pois na minha infância, não existia a questão do bullying, todo mundo zoava todo mundo e a maioria levava numa boa. Mas certamente, havia aqueles que eram afetados pela zoação e que passava momentos de verdadeira aflição.
ResponderEliminarEs una bonita historia que se debiera enseñar en los colegios para que así los niños aprendan a tatar mejor a esos compañeros que son "especiales". Aunque creo que los padres también debieran estar ese día en clase, ya que igual eran los mas necesitados.
ResponderEliminarSaludos.
Olá, Daniela
ResponderEliminarMuito legal essa historia, pois todos nos devemos
não incentivar o bullying seja de que forma for.
Aqui sempre me faz refletir com seus textos super atuais .
Um ótimo final de semana cheio de paz e luz.
beijos ☺☺
Olá, amiga Daniela.
ResponderEliminarMais uma bela história aqui nos trazes. Sem dúvida que o teu talento emerge a cada instante.
Gostei desta história muito oportuna e atual.
Deixo os votos de um feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Ultimamente - por coincidência - tenho deparado com vário relatos de pessoas adultas, sobre o bulliyng que sofreram na infância. Para a minha surpresa, muitas dessas pessoas são bonitas e inteligentes. Então eu penso que é preciso que o bulling seja extinto. Trata-se de uma prática maldosa e egoísta, que não deve ser tolerada. Gostei da estorinha.
ResponderEliminarBeijo e bom fim de semana.
El bullying cuando uno lo recibe hace mucho daño. Vivimos en una sociedad que se diferente y no agraciado es pecado. Y eso enseñamos a nuestros niños. Me gusto tu relato. Te mando un beso
ResponderEliminarOlá, Daniela!
ResponderEliminarEncantadora tua história. Adorei ler. Você "desenhou" tão bem as imagens que cheguei a ver como se fosse um filme.
Quanto ao tema central, concordo com o Eduardo, "esse problema do Bullying é uma questão a ser discutida", sem paixões, acrescento eu, pois é preciso distinguir com exatidão uma coisa da outra. Apelidos e brincadeiras entre crianças e adolescentes acontecem desde que me conheço por gente e ninguém nunca ficou prejudicado com isso. Uns zoavam dos outros e no final todos continuavam amigos. Era pura brincadeira e não vejo problema nisso. Mas o bullying é outra coisa. Bullying é coisa muito séria, uma coisa muito triste, um requinte de perversidade que precisa ser extirpado do convívio social/escolar o mais urgente possível. Muitas vezes eu penso que, no meio disso tudo, há ainda um grande complicador que impede o manejo seguro dessas questões: acontece que hoje em dia tudo virou problema, tudo virou ofensa, qualquer palavra, qualquer piscada de olho vira um barraco e todo mundo já vai dizendo que é bullying. E estamos vendo muito bem o resultado desse novo "tipo" de pensar: ninguém mais é amigo de ninguém. Todo mundo anda com o pé atrás. A amizade foi pelo ralo. Acho que as escolas deveriam desenvolver algum tipo de projeto pedagógico que incentive o respeito e a solidariedade. Trabalhar firme com os valores perenes certamente é uma poderosa arma para combater o bullying.
Desculpe o longo comentário, Daniela, acabei me empolgando.
Bjsssssss, Marli
Ah, já ia me esquecendo, a Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros. (Como se vê, brincadeira é uma coisa e bullying é outra).
bonjour daniela desolée pour le retard gt en course
ResponderEliminarbon samedi je cherche le soleil bisou ton amie thérèse
Bonjour mon ami(e)☘️
ResponderEliminarJe passe sur ton beau monde
Te souhaiter un bon samedi
J'espère que tu vas bien
Chez nous soleil☀️
Mais pas chaud 7°)
Prend bien soin de toi
Byz💋 de moi*ton amie*❤️ 💋
꧂༻❀🦋🌼🌸✿꧂
Infelizmente isso é bem verdade e lamentável que ainda exista!
ResponderEliminarBjxxx,
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bonjour daniela bon dimanche avec ciel bleu et 7 ce matin
ResponderEliminarreste bien au chaud bisou ton amie thérèse
Uma história bonita.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Bem verdade, mas creio que muita culpa vem dos pais e dos avós que incentivam @s filh@s / net@s a serem os melhores e a serem competitivos sem olhar a meios
ResponderEliminarBeijinhos
Uma historinha comovente e bem real nos nossos dias não só nas escolas também
ResponderEliminarnas redes sociais com mensagens destrutivas , muitas vezes ocasionando insegurança a quem lê .Gostei muito Adriana , tens feeling para escrever às crianças. Parabéns.
Boa semana e abraços.
Beautiful story :)
ResponderEliminarHay que enseñar a que abracen las diferencias. Al final hacen lo que ven en casa, reproducen el mundo adulto. Me ha gustado mucho tu cuento.
ResponderEliminarUn besazo!
Muito obrigado! https://sintrabloguecintia.blogspot.com/
ResponderEliminarQue delícia e ternura de história. Adoro o teu blog:-)
ResponderEliminarQué bonita historia para un problema actual como es el bullying.
ResponderEliminarGracias. Un abrazo.
Uma história que deveria vir nos livros escolares!
ResponderEliminarEste é um dos problemas mais carismáticos das escolas de hoje em dia!
Melhores dias vindouros!
Beijinhos sorridentes!
💛💛💛Megy Maia
Gracias por pasarte por mi Blog. Hay en algún lugar de tu blog un traductor?
ResponderEliminarVery lovely tale.
ResponderEliminarA tua história, muito bem contada, é magnífica, com uma moral da história muito poderosa.
ResponderEliminarParabéns pela excelência do teu conto.
Boa semana.
Um beijo.
bonjour daniela tu as passer un bon wk
ResponderEliminarbonne semaine bisou ton amie thérèse
adorable !!!!
ResponderEliminarcoucou ! très bon lundi et bonne semaine gros bisous
Uma história cheia de encanto. E gostei da reflexão que faz no fim.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Que estória cheia de ensinamentos. Parabéns pela criatividade. Que a gente possa aceitar, cada vez mais, nossas diferenças, pois são elas que nos fazem seres humanos.
ResponderEliminarBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Adorei a história, Daniela. E a conclusão é mt importante.
ResponderEliminarbonjour daniela bon mardi avec le soleil
ResponderEliminargros bisou ton amie thérèse
Muito bom o texto que faz com que reflitamos sobre tantas coisas...
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