Não por esquecimento, mas precisamente porque a ausência pesa mais do que a cadeira vazia.
Os meus avós, os tios… todos eles ainda vivem em pequenas coisas: no cheiro que às vezes me visita sem aviso, na receita que tento repetir sem nunca acertar, no riso que ecoa numa fotografia antiga.
Mas há um lugar em especial. Um que este ano dói de forma diferente.
Cinco Natais sem o meu irmão.
E ainda assim, ele está.
Na forma como os olhos de alguém se iluminam ao falar dele.
No silêncio que ninguém tenta forçar a preencher.
Na memória que aparece quando se menos espera, como se ele dissesse: “Ei, não me esqueceram.”
Não, não esquecemos.
Na verdade, parte de mim ainda o imagina a chegar atrasado, a reclamar do frio ou a roubar bolachas da travessa antes da ceia.
Porque é assim que ele vive agora — entre o que foi e o que continua a ser em nós.
Hoje, e sempre, há um lugar para ele. À mesa. No coração. No Natal.
Com carinho,
Daniela Silva ✨

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