23 setembro, 2025

Adeus, Verão de 2025

Ainda bem que partiste. Gosto de ti, verão, não duvides disso. Gosto da tua luz que se estende até mais tarde, gosto do cheiro a maresia nas tardes longas, do som das gargalhadas nas ruas e da sensação de liberdade que trazes. Mas, ao mesmo tempo, não consigo gostar do que tens trazido ano após ano. Tens sido cada vez mais cruel, cada vez mais implacável. E o verão de 2025 ficará gravado como um dos mais difíceis de todos.

Trouxeste temperaturas insuportáveis, dias sufocantes em que o ar parecia pesar sobre o peito. Um calor extremo, sem tréguas, que afetou sobretudo os mais frágeis e aumentou as taxas de mortalidade. Nesse calor insuportável, perdemos Jorge Costa, que partiu por paragem respiratória naquele dia marcado pelo excesso. Um homem amado por todos, sem divisões de cor ou de clube, lembrado pelo caráter e pela humildade. A sua morte foi mais uma prova de que o calor extremo não é apenas desconforto — pode ser fatal.

Como se isso não bastasse, o verão trouxe também tragédias que nos cortaram ainda mais o coração. O acidente de carro que vitimou Diogo Jota e o irmão André foi uma ferida aberta. Não foi o fogo das florestas que os levou, mas as chamas de um destino cruel. Morreram carbonizados, e com eles partiu não só talento e juventude, mas também sonhos, famílias e esperanças. O vazio que deixam é impossível de preencher.

E depois vieram os incêndios. Não sei se foi o calor que inflamou a loucura, mas grande parte deles foi posta de forma criminosa. Portugal ardeu, mas não foi só aqui — quase toda a Europa enfrentou labaredas que pareciam imparáveis. Foram dias de terror e de destruição, em que se perderam animais, florestas inteiras e bens essenciais. A paisagem queimada é o retrato de uma ferida que levará décadas a cicatrizar.

É impossível não pensar nos bombeiros. Homens e mulheres que são verdadeiros heróis, mas que também são humanos. Lutam sem descanso, enfrentam o impossível, mas também sentem medo, também se cansam, também têm família para quem desejam regressar. O mínimo que lhes devemos é consciência, respeito e responsabilidade. Porque cada árvore que arde, cada floresta destruída, não é apenas “paisagem” — é vida, é oxigénio, é o futuro.

Adeus, verão de 2025. Levas contigo o peso de perdas irreparáveis, de vidas interrompidas, de lágrimas que não secam. Mas deixas-nos também um aviso urgente: não podemos continuar a viver de costas voltadas para a natureza, para a vida, para o outro. Precisamos de aprender a cuidar mais, a parar por cinco minutos, a dar valor ao que importa. O futuro depende das escolhas que fazemos hoje.

Com  carinho,

Daniela Silva 🎔

© 2025 | Todos os direitos reservados. Texto de autoria de Daniela Silva. Proibida a reprodução sem indicação da fonte: alma-leveblog.blogspot.com

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5 comentários:

  1. Pena que o verão trouxe tantas perdas e obstáculos! Bem lembrado o trabalho dos bombeiros...
    Que o OUTONO seja lindo e leve!
    beijos praianos, chica

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  2. L'estate è stata diversa da come ci si aspettava, perchè ha riservato eventi dolorosi.
    Buon martedì e un saluto

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  3. Olá, querida amiga Daniela!
    O verão é muito perigoso.
    Amo o outono, minha segundo Estação preferids.
    Aproveite o frescor da sua nova Estação.
    Tenha dias de reflexão abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  4. Muito bom este texto, parabéns pela criatividade.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  5. El verano me encanta, la verdad.
    Un abrazo Daniela.
    Dejé una nueva entrada en mi blog.
    Buen día

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