No 25 de Abril, não se gritou apenas liberdade — plantou-se um cravo na boca do silêncio!
Em 1974, Portugal acordou ao som da liberdade. O povo saiu à rua com cravos nas mãos, sem medo, com esperança no olhar. Foi o fim de uma ditadura, o início de uma nova era. Ganhámos voz, direitos, futuro. E durante muito tempo, vivemos com a certeza de que tínhamos conquistado algo sagrado.
Mas hoje, 51 anos depois, é impossível não olhar à volta e perguntar: que fizemos da liberdade que nos deixaram?
Sim, temos o direito de falar, votar, protestar. Mas vivemos num país onde muitos já não acreditam que a sua voz conte. Onde a desigualdade cresce, os salários encolhem, a habitação é um luxo, e os jovens partem por não verem futuro aqui. A corrupção mina a confiança. A política parece cada vez mais um jogo entre elites, afastado da vida real.
O 25 de Abril não foi só um dia. Foi um compromisso com o futuro. E talvez esteja na altura de o relembrar, não com saudosismo vazio, mas com a exigência de que a liberdade seja mais do que uma palavra bonita nos livros de História.
Porque liberdade não é só votar. É viver com dignidade. E essa, infelizmente, ainda está longe de ser garantida para todos.
Com carinho,
Daniela Silva
Gostei da tua crónica sobre o 25 de Abril, até porque partilho algumas coisas que dizes.
ResponderEliminarObrigado pela tua visita.
Bom fim de semana.
Beijos.
PS: Presumo que és a mesma Daniela 🌼 da "Doce Jornada" e do "Endless Fellings". Gostei de te voltar a ver...
Sim, sou :)
EliminarObrigada pela visita